Venerar-te, Verena, de Larissa Yano
Leia abaixo um trecho de "Venerar-te, Verena", primeiro romance de Larissa Yano:
Aquela era uma das clínicas psiquiátricas mais famosas e caras da cidade.
Tratava-se de um ambiente de privilegiados, Verena podia ter certeza só de observar. Há quem pense que viver com um transtorno mental não é privilégio algum, mesmo quando se nasce em um lar de riquezas. Mas eles eram estranhos no ninho de quem?
– Com licença, moça, sabe se o 2104 passa nesse ponto?
Verena foi tirada do devaneio pela velha senhora ao seu lado. Ela tinha rugas profundas entre as sobrancelhas, o que lhe dava um ar de brutalidade.
Verena não sabia se era a barriga robusta da senhora ou o piercing dourado no nariz, mas aquela mulher trouxe sua mãe a sua mente. Um arrepio percorreu seu corpo.
– Passa. Mas você acabou de perdê-lo. O próximo deve demorar um pouco – disse ela, se esquivando da senhora e buscando um assento longe.
Verena ansiava por um banho. Trabalhar como gerente na loja de assistência técnica de informática trazia a ela uma grande repulsa. É claro que isso não era notado por ninguém ao seu redor.
Máscara de sanidade.
No trabalho, ela era a funcionária exemplar, comunicativa, bem-quista e admirada pelos clientes e colegas. Mas já era tarde e seu ônibus demorava a passar. Como
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queria ouvir Cecilia Bartoli e tomar uma dose vodca com suco de laranja no banho...
Foi enquanto fabulava que ela avistou a ruiva.
A primeira.
Havia em seu pescoço um colar prateado com o nome “Frida”. Frida... Ela parecia tão afobada, tão inquieta. Gesticulava com um papel na mão ao lado de uma mulher mais velha, que parecia ser sua mãe. As duas haviam acabado de sair da clínica psiquiátrica.
Seria uma receita em suas mãos?
A garota tinha excentricidade no olhar. Que paz ela transmitia à Verena. Podiam ser os longos cabelos, ondulados e ruivos, contrastados com os óculos redondos, a calça jeans larga e o tênis discretamente sujo.
Sobre a autora:
Larissa Yano nasceu no inverno de 1997 no interior das cachoeiras de Minas Gerais. É uma eterna voyeur da tragédia e singularidade humanas.
Informações do produto:
Capa comum: 186 páginas
Editora Libertinagem, 1ª edição
São Paulo, novembro de 2024
Formato: 14x21
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