Olhares
Leia abaixo três poemas de Olhares, de Naiana Magalhães:
Entreabertas línguas
fugazes os desejos
deslizando suores.
Nos olhares descontínuos,
vagando sob a superfície
úmida. Derramando molhado
nas pernas, o ritmo frenético
estancando sussurros.
***
A chuva fiel desaba em gotas
Detalhes envolvidos à casualidade brincante
Encontrar o prazer quente,
O vento que toca os seios
Os olhos sapateiam sem direção
Seus dedos desfilam em minha passarela.
***
A natureza lúdica
de meus olhos
frios,
desperta a boneca de teus seios.
Eternizo lágrimas
que resistem ao
calor de tua
morbidez
reflito a imagem de palavras mortas
suspirar é como aquele sorriso sem
graça.
A cada passo que faço é um desvio de mim
mesma. O lixo de teus sonhos me faz morrer.
Sobre a autora:
Naiana Magalhães, ou Naná Magalhães, nasceu em Salvador, 35 anos, escritora, cozinheira e mãe. No meio disso tudo, nasceu a Libidinosa, uma espécie de fragmento meu, que é apenas escritora. Fragmentada e difícil de descrever, acredito que todos nós somos muitos dentro nós, na palavra busco um ritmo uma estética da minha resistência enquanto este ser feminino que sou, sem amarras ou acordos sociais, na poesia encontro esse espaço de liberdade.
Informações do produto
Capa comum: 95 páginas
Formato: 14cm x 21cm
Editora Libertinagem: 1ª edição.
São Paulo, 2021