O eco das bruxas: mulheres em brasa, de Natasha Hevelyn e Marcela Viana
Leia abaixo dois poemas de "O eco das bruxas: mulheres em brasa":
É que você não entende
Mulheres como eu inflamam
Mulheres como eu incendeiam
Eu não tenho dúvidas
Eu sei exatamente o que eu quero
E eu sou implacável na minha busca
Eu não tenho medo dos riscos
É sim ou nunca mais
O “talvez” eu descarto
O “não sei” não me cabe
É amor ou é adeus para sempre
Para mim todo amor é verdadeiro
O meu amor é intenso
E merece ser vivido
Canela na boca
Toque nas mãos
O desejo é lâmina afiada
Acende o coração
E mesmo que você queira muito
Você sempre será incapaz de esquecer o meu olhar
Penetrando cada canto da tua psique
Percorrendo cada parte da tua alma
É que, meu bem
O amor não é como uma vela
O amor é como um vulcão
Eu não desejo o vazio
Meu coração é constante
E meu amor não é inseguro
Você sabe quem eu sou
Você sabe que eu não me perco nas palavras
Não tem ruídos na minha voz
Eu sei exatamente o que eu quero
E como eu quero
É como arranhar os céus
E ir fundo no oceano
Enquanto você espera o desvelar
Eu já me despi.
Tire os muros do coração.
Convalescença
Entre a Alvorada e o Crepúsculo
Entre taças incompletas de vinho
Entre palavras emudecidas e sentimentos não expressados
Eu te procurei
E como num estado clínico de Síndrome do Membro Fantasma
Achei apenas o vazio
E a dor
Nos últimos dias eu me reparti em mil pedaços
Esperando que você pudesse me recompor
Clamei teu nome como quem recita um mantra sagrado
Busquei teu cheiro como fera que fareja a próxima caça
Ansiei pelo teu toque como viciado em crise de abstinência
Reli os poetas que você se identificava
A fim de te resgatar nas frases empoeiradas
de uma alma qualquer
E fumei todos os cigarros que você deixou para trás
Na ânsia de te encontrar
Em meio a fumaças e bitucas
Em meio a lembranças e divagações
Na noite em que você partiu
Eu jurei para mim mesma
Que jamais te pertenceria novamente
E cá estou eu
Te querendo
Apesar de não querer
Cá estou eu
Sentindo sempre muito
Sentindo sempre tanto
Porque, afinal,
Eu só sei existir
Em carne viva.
Sobre as autoras:
Natasha Hevelyn é pernambucana, poetisa e pesquisadora, graduada com Láurea Acadêmica em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e mestranda em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Possui trabalhos e artigos publicados que discutem a cultura popular e as epistemologias feministas.
Marcela Viana é administradora, escritora e poetisa, com trabalhos publicados em diversas coletâneas, incluindo Quarentena: Memórias de um País Confinado: Brasil 2020 (2020), Sem Mais o Amor (2017), Isso Também é Preconceito (2017) e Tratado Oculto do Horror (2016).
Informações do produto:
Capa comum: 214 páginas
Editora Libertinagem: 1ª edição
São Paulo, dezembro de 2024
Formato: 16x23
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