De Izadora ao caos, de Brunno Mariano Campos
Leia a seguir o trecho inicial de De Izadora ao caos, de Brunno Mariano Campos:
Em um mundo em que o entendimento se dissipa, cavaleiros do fim dos tempos proliferam e reúnem, em enxames, as multidões arrebanhadas. É o timbre da voz possante, a sedução da palavra e o desalento da vida, pouco importa a verdade. Prevalece, na cidade dos espoliados, o som da trombeta.
Para além do chamado, um escolhido. Na periferia de Natal, entre os cordões de dunas e a extensa faixa de manguezal que delimitam os bairros esquecidos, o pastor Jakson Protázio, cioso pelas ursas do Senhor, intercalando breves pausas retóricas, fez sua imbatível pregação:
– Quem disse que Jesus não vai a Jericó? Quem foi o louco que desafiou o Senhor dos Exércitos? Pois eu digo: Jesus vai! E quem disse que Jesus não vem a Felipe Camarão? Ao Conjunto Leningrado? Olhe, escute, Jesus está passando aqui, agora. O Senhor de toda glória está entre nós. Jesus foi a Jericó e Jesus está no alto dessa duna, embaixo desse sereno, no meio do mato, com o seu povo. Aleluia! Escutem, escutem bem... Onde Jesus está acontece milagre. Jesus endireitou pau que nasceu torto, aleluia! É só areia, é mato por todo lado e lá embaixo estão os lobos, em volta, nos cercando. Mas Jesus veio a Jericó. Amém! Jesus veio a Camarão. Amém! Aleluia, irmãos! Adoremos ao Senhor! É chegado o tempo de destruir os que destroem a terra. A quinta trombeta está tocando. O dia chegou!
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Informações do produto:
Capa comum: 132 páginas
Editora Libertinagem, 1ª edição
São Paulo: outubro de 2025
Formato 14x21cm
Sobre o autor:
Nascido em Belém do Pará em 1980, Brunno Mariano Campos é, na verdade, potiguar desde a sua primeira infância, tendo sido criado no agreste do Rio Grande do Norte.
Em São Paulo do Potengi, nome escolhido pelo Padre Cícero Romão para a cidade que deveria ser Liberdade, rincão de seus avós, Brunno viveu entre contadores de histórias, mas também entre os livros da biblioteca pública municipal sem nome. Nessa biblioteca, sortida por doações de livros usados, sabe-se lá de onde provenientes, teve contato com a mais inusitada diversidade de obras literárias. Encontrou e leu desde Monteiro Lobato a As Flores do Mal do Baudelaire.
Mesmo assim, viveu uma típica existência interiorana: caminhadas pelos sítios, futebol no campinho, banhos de rio, brincadeiras de Tô no Poço, mas com acesso a um pórtico para outros mundos: a literatura. Através dos livros tocou a imensidão do universo e esteve com pessoas e seres viventes para muito além de suas referências quotidianas.
Por gostar dos livros de Jorge Amado e de José Lins do Rego, formados em Direito, por ler as biografias de Danton e Robespierre, advogados, Brunno decidiu que também seria advogado.
Foi uma decisão pautada em referências literárias e, portanto, cheia de ilusões e de riscos. Amado e Rego não exerciam a advocacia, Danton e Robespierre são referências ainda mais absurdas.
Brunno só compreendeu o abismo com a realidade quando já cursava Direito na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e morava na Residência Universitária Campus II, república da
universidade para estudantes provenientes do interior do Estado. Brunno é advogado há duas décadas, casado e pai de três filhos, já foi servidor público do TJ/RN, advogado da Petrobras e, atualmente, é advogado de um banco estatal, sempre aprovado em concurso público.
Mas o mundo do trabalho corporativo não conseguiu desviá-lo de sua paixão: a literatura. Por isso, Brunno é leitor e também escritor e só escreve romances, mesmo lendo de tudo. Ele, eu, tenho dois romances para submeter à análise para possível publicação. Como os livros seguem uma ordem cronológica, enviarei o primeiro: Maldito é o Homem, que também pode ser denominado Jornadas de Junho. E a história continua.

