Amor não pode ser esquecido, de Samira Amarildo
Leia abaixo um trecho de "Amor não pode ser esquecido", de Samira Amarildo:
Amélia não conseguiu dormir. A mulher na poltrona tomava sua atenção. Sentia seu coração inquieto e associou aquilo à medicação. Devo estar há tempo demais aqui, por isso estou confusa, concluiu.
— Logo minha mãe vai entrar e esclarecer — disse. Conseguiu alcançar a cortina. O tempo estava cinza e não deu para saber que parte do dia era.
Da sua cama, via o jardim. Estava no hospital, como chegou ali? Essa pergunta competia espaço com a dúvida sobre quem era aquela mulher na poltrona.
A jardinagem da cidade era reconhecida com prêmios, e o hospital já tinha ganhado um, de paisagismo, ou algo assim. Amélia não se lembrava ao certo, sabia que era tempo demais só para ver uma flor se abrir. Era dinheiro perdido.
Com o tempo, notou que a chuva aumentou sua intensidade. Viu as flores de um pequeno arbusto lutar contra o céu para se manter inteiras. A natureza é impiedosa.
— Qual é a última coisa que lembro? — sua mente não trazia nada com clareza. Via alguns flashes em que estava dirigindo, árvores, chuva. — Praia? Desde quando moro perto da praia? — riu nervosa.
Como se fossem ímãs, seus olhos foram atraídos para a poltrona, e a mulher estava encolhida, sua roupa de escritório estava amarrotada.
— Quem é você? — sussurrou. — Bem que poderia acordar! — sua cabeça voltou a doer, como se ali mesmo houvesse uma obra em construção com betoneiras, gente falando e barulho de veículos, tudo ao mesmo tempo.
Ao seu lado direito, havia uma bolsa de medicação, quase vazia. Logo alguém entrará e talvez terei informações, pensou esperançosa. Queria um remédio que aliviasse tudo.
A claridade pela porta aberta provocou mais dor em Amélia. Pela reação da enfermeira, era novidade ela estar sentada. Eu estava em coma? Cogitou, ao acompanhá-la com os olhos.
— Vejo que minhas orações foram atendidas! — a enfermeira sorriu e limpou uma lágrima — Por que não acordou ela?
— Não quis incomodá-la — respondeu Amélia. Sem saber o que responder, a enfermeira assentiu e voltou ao que estava fazendo. — Há quanto tempo estou aqui?
— O médico vai explicar tudo, senhora — forçando um sorriso. — Vou retirar essa medicação e chamá-lo. Como estão suas dores?
— Horríveis, preciso de algo, por favor! — Ao olhar para seus braços, viu marcas e cicatrizes. — O que aconteceu comigo?
Sobre a autora:
Escritora por recomendação médica, apaixonada por poesia
e piada ruim, bióloga não praticante, mora no interior de
Santa Catarina.Seus sobrinhos ensinam a viver o mundo transbordado, de
sentir todas as emoções e se orgulhar das pequenas coisas,
de sorrir no meio das dificuldades, de ser humano, de ser o
que sonha.Informações do produto:
Capa comum: 260 páginas
Editora Libertinagem: 1ª edição
São Paulo, outubro de 2024
Formato 14x21
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